Neste artigo, apresento minha análise sobre o assunto. Depois de lê-lo até o fim, quero que você reflita sinceramente e deixe suas impressões.
O dinheiro e a postura de Kardec
Você realmente conhece a obra de Kardec? No Brasil, o Espiritismo é realmente praticado como Kardec pretendia? Como lidar com o dinheiro e ao mesmo tempo ser fiel aos princípios do codificador? E a grande pergunta final: por que o espiritismo não deu certo na Europa e caminha a passos lentos no resto do mundo?
Você quer fazer uma análise comigo? Você tem coragem de se aprofundar um pouco na história do espiritismo? Vamos lá!
história do espiritismo? Vamos lá!
Ao estudarmos as obras de Allan Kardec, percebemos o quanto ele desempenhou bem o seu papel de codificador e, sobretudo, de divulgador da causa e da doutrina espírita. Essa conclusão pode ser claramente alcançada após a leitura da Revista Espírita e dos livros Viagem Espírita e Obras Póstumas. Obras Póstumastodos de Allan Kardec e quase desconhecidos do movimento espírita e dos pseudo-sábios e pseudo-espiritualizados.
O codificador produziu uma revista mensal com textos muito bem escritos, linguagem clara e acessível, além de qualidade impecável para a época. Na Revista Espírita, ele relatava suas experiências como divulgador e propagador da própria doutrina e dava respostas aos seus críticos. O que muita gente não sabe é que ele não media palavras para responder a pessoas levianas e mal-intencionadas que o afrontavam acusando-o de várias coisas, inclusive de viver com dinheiro da doutrina espírita.
Durante muitos anos, a Revista Espírita cresceu, difundiu-se e tornou-se um meio de comunicação entre o codificador e os diversos centros espíritas que se formavam na França e no exterior. O sucesso foi tão grande que chegou a ter assinantes em outros países do mundo, o que denotava a capacidade de Kardec de elaborar bem as questões apresentadas e sua competência na divulgação e defesa dos postulados espíritas, apesar dos obstáculos que enfrentou em sua época para o transporte e entrega da Revista Espírita aos que a assinavam. A repercussão foi tão grande que o próprio Kardec tomou a iniciativa de sair vendendo exemplares da revista por onde passava, divulgando a doutrina, além de realizar exposições, dar palestras e vender livros espíritas.
Ele os vendia e não os doava. Chegou até a defender a ideia de que os livros espíritas não deveriam ser vendidos mais baratos que os outros. Sim, ele lia a Revista Espírita e a Jornada Espírita. Enquanto viajava para divulgar a doutrina, Kardec percebeu que poderia encomendar retratos seus e vendê-los para sustentar seu trabalho. Foi o que fez, várias vezes, para arrecadar dinheiro para as viagens de divulgação e para sua própria manutenção, inclusive vendendo o Livro dos Espíritos, embora os espíritas, em geral, não saibam disso ou não queiram saber.
Quando estudamos o livro de Kardec intitulado Viagem Espírita, conhecemos os detalhes e os resultados do que Kardec fez. Se você não tem esse livro, adquira-o imediatamente e leia seu conteúdo, pois é isso que vamos analisar aqui, neste artigo.
A pergunta que surge é a seguinte: se fizéssemos um cálculo matemático, uma projeção lógica, qual seria a consequência mais razoável de uma divulgação como a que Kardec fez?
A resposta é lógica e inequívoca: a doutrina espírita alcançaria resultados mundiais, ou seja, se espalharia pelos países do mundo para atingir o objetivo do Espírito de Verdade, que é levar a palavra dos Imortais aos quatro cantos da Terra. Como aconteceu naqueles primeiros momentos na França, ela poderia se espalhar por vários outros países do mundo e, em breve, veríamos toda a Terra repleta de verdades espíritas.
Mas isso nunca aconteceu! Pelo menos até agora.
Mas por que isso nunca aconteceu? Diante de ideias tão claras, de uma doutrina tão maravilhosa e de argumentos tão lógicos como os utilizados por Kardec, por que o espiritismo tem diminuído e está cada vez mais difícil de ser difundido?
Se tivesse se espalhado, como o codificador previa e desejava, a doutrina espírita teria mudado radicalmente a história da humanidade. Mas isso não aconteceu, nada disso aconteceu. Por quê? O senhor conhece a realidade da história do espiritismo?
Por que, diante de um avanço tão notável, da receptividade tão espontânea da população à mensagem espírita, pelo menos enquanto Kardec esteve encarnado, a divulgação esmoreceu repentinamente da forma como aconteceu assim que Kardec desencarnou? Por que houve um retrocesso no alcance da mensagem espírita consoladora?
Minha pergunta, seja quem for, é: você conhece a explicação para esse retrocesso no avanço do espiritismo no mundo?
Será que, depois de contextualizar a história do espiritismo, você seria capaz de entender, de responder por que o espiritismo não conquistou tantos adeptos na Europa e em outros continentes?
A resposta é: a "palhaçada" promovida por muitos espíritas não é algo que vem de hoje, minha gente. É algo antigo, desde a época de Allan Kardec.
A atitude dos espíritas em relação à divulgação da doutrina que dizem abraçar e defender foi o maior obstáculo que Allan Kardec enfrentou e que enfrenta até hoje. Kardec foi o primeiro alvo da maldade de vários espíritas; ele foi a primeira vítima, e o espiritismo, como doutrina, a segunda.
Allan Kardec fez viagens espíritas pela Europa(veja o livro Viagem Espirita), todas custeadas com seu próprio dinheiro, quando vendia livros impressos às suas custas. Ele mesmo dava as palestras e, em suas viagens, a promoção era um enorme sucesso.
Em todos os lugares por onde passou, por onde viajou, a doutrina cresceu, avançou e ficou conhecida por seu ardor, pela forma brilhante com que expôs a mensagem espírita e pela convicção com que divulgou e falou da doutrina dos Imortais.
Na primeira viagem, 30 pessoas estavam assistindo; quando ele retornou no ano seguinte, havia bem mais de 200 pessoas, e isso crescia substancialmente a cada vez que ele viajava para divulgar a doutrina. Os resultados obtidos por Kardec são impressionantes!
E novamente mais perguntas: O codificador agradou aos espíritas parisienses de sua época? Com tanto dinamismo, ele agradou aos seguidores da doutrina na França?
Você sabe qual é a resposta? Claro que não! Ele desagradou muito os espíritas de sua época e, principalmente, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, instituição fundada por ele mesmo.
O resultado do trabalho de Kardec provocou muita revolta entre os espíritas de Paris. Vários comentários levianos, alegada religiosidade excessiva e total desconhecimento dos projetos dos espíritos fizeram com que os espíritas da época difamassem Kardec, acusando-o de todas as formas possíveis. A calúnia cresceu contra o codificador, e os próprios espíritas falavam e divulgavam que Kardec estava enriquecendo às custas da doutrina, que ganhava dinheiro com a venda de livros. Ainda hoje, esse "DNA" de acusação e desconhecimento da proposta dos espíritos faz com que muita gente sobreviva, inclusive pessoas de bem e muitos seguidores da doutrina, com a mesma atitude da época de Kardec. Em outras palavras, permanecem as fofocas e as acusações graves, de conteúdo complexo,
De qualquer forma, atualmente, a situação é a mesma entre muitos que dizem defender a pureza doutrinária, mas continuam a se comportar como os espíritas da época de Kardec. Esse comportamento começou em Paris, como uma reação dos espíritas que se sentiam incomodados com pessoas que faziam sucesso na divulgação das ideias espíritas, mas não é só isso. Vejamos a seguir.
Será que as sociedades francesa e parisiense daquela época não estavam atentas ao comportamento dos espíritas e à conivência dos espíritas com o codificador, e com eles mesmos, para ver se valeria a pena aceitar que a doutrina dos espíritas veio para renovar o mundo? Será que os franceses e o resto da Europa não ficaram atentos para ver se o comportamento dos espíritas era um reflexo da mensagem que eles divulgavam, se suas atitudes eram coerentes com os ensinamentos que o codificador espalhou pela Europa?
Ou seja, será que a prática do espiritismo entre eles, os que pregavam a teoria espírita, era coerente com a bondade da doutrina pregada por Kardec? Será que as atitudes dos espíritas para com o codificador refletiam a fraternidade, a tolerância, a humildade, a compreensão e a indulgência tão propaladas no Evangelho pregado pelos espíritas da época? Enfim, será que os espíritas praticavam a doutrina que diziam abraçar?
Bem, acredito sinceramente que, a esta altura das reflexões, você, leitor, já tem uma resposta para si mesmo sobre por que o espiritismo não funcionou na Europa. Os espíritas foram os maiores inimigos da doutrina que pensavam estar defendendo. A religiosidade exacerbada herdada do sistema judaico católico foi transferida, junto com os espíritos reencarnados, para o próprio movimento.
Diante das injúrias, dos ataques dos espíritas ao próprio codificador e de tudo o mais que se dizia contra ele, Kardec escreveu a Revista Espírita, que foi editada por várias editoras espíritas no Brasil e cujo conteúdo, infelizmente, quase nenhum espírita ou defensor da pureza doutrinária conhece. Assim, apresento aqui uma transcrição exata das palavras do codificador diante da situação que ele enfrentou no movimento espírita de sua época, ou diante das acusações que lhe foram feitas:
No volume de 1862 da Revista Espírita, traduzida pelo Dr. Julio Abreu Filho e publicada pela Livraria Allan Kardec Editora (LAKE), de São Paulo, Allan Kardec escreveu:
"Não tenho que prestar contas de meus negócios a ninguém."
No entanto, para que não se pensasse que ele havia de fato ganhado dinheiro com seu trabalho, Kardec esclareceu:
"Entretanto, para satisfazer um pouco os curiosos, que deveriam se intrometer apenas no que lhes diz respeito, direi que, se eu tivesse vendido meus manuscritos, teria apenas usado o direito que todo trabalhador tem de vender o produto de seu trabalho. .."
E você pode ver que Kardec não respondeu com palavras suaves ou "passou a mão na cabeça" de ninguém.
O dinheiro e o movimento espírita
Ainda na Revista Espírita (1862, p. 179), há outra interessante e judiciosa passagem em que Kardec se expressa quase desabafando diante das acusações dos espíritas:
"Quanto ao lucro que posso obter com a venda de minhas obras, não preciso prestar contas de seu valor, nem do uso que faço dele."
E você sabia que Allan Kardec nunca teve qualquer constrangimento em pedir aos médiuns que participassem da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas? Sim! Pois é. Ele tinha despesas, inclusive com o aluguel do imóvel onde funcionava a sociedade, e cobrava dos médiuns para que eles pudessem participar das sessões, dos estudos ali realizados. Não era gratuito. Então, dá para se ter uma ideia de por que o espiritismo não vingou naquela época: os espíritas eram o maior obstáculo para a divulgação das ideias espíritas.
Agora, saltando no tempo para os dias atuais, a pergunta é a mesma da época de Kardec, embora a resposta tenha se expandido ainda mais:
Por que cobrar? Como fazer divulgação espírita hoje em dia sem dinheiro?
Bem, não sei quanto a todos os queridos "irmãos" que trabalham na divulgação da doutrina espírita, mas quanto a nós, do Instituto Robson Pinheiro, do Colegiado de Guardiões e da Casa dos Espíritos Editora, responderei de acordo com a nossa realidade atual.
Temos nossas obras sociais, nas quais atendemos mais de 2.000 pessoas semanalmente e gratuitamente, na Universidade do Espírito de Minas Gerais. Entretanto, com mais de 25 anos de atividades ininterruptas (desde 1992), descobrimos que o dinheiro para manter essas obras não cai do céu ou se materializa em reuniões mediúnicas, como não se materializava na época de Kardec.
Mantemos uma escola de espiritismo, cujos cursos presenciais são totalmente gratuitos durante todo o ano, com mais de 350 alunos estudando, sem pagar nada pelas aulas, cursos e tratamentos a que se submetem. Oferecemos aqui, no portal dos Guardiões, o curso online gratuito de Mediunidade na Prática, com mais de 7.500 alunos matriculados, além de outros cursos que você pode conhecer e nos quais pode se inscrever.
Então, você tem que pagar as contas de manutenção, água, luz, telefone, funcionários - isso mesmo, funcionários, não voluntários espíritas espiritualizados e santificados. A editora, para sobreviver, tem que enfrentar os mesmos dilemas de qualquer outra empresa, inclusive a inflação, sobre a qual nós, da Casa dos Espíritos, não temos controle. Não somos nós que colocamos preço no papel para imprimir os livros; nem colocamos preço na mão de obra cobrada pelas gráficas; nem somos nós que estimulamos a inflação... Bem, ninguém pode nos acusar disso.
Temos 6 funcionários que trabalham na editora diretamente e outros indiretamente, além de contratarmos uma empresa que presta serviços de divulgação - confecção das capas dos livros, diagramação - e um profissional responsável pela correção gramatical - que trabalha de forma remunerada para a editora. Pagamos também o transporte dos livros, bem como todos os impostos e demais tributos que nos são obrigatórios; como toda empresa está sujeita a eles, com a Casa dos Espíritos não seria diferente, e nenhuma empresa que divulga a mensagem espírita está isenta dessas despesas.
E quanto à internet, para transmissões de programas, cursos diversos e outras coisas do gênero, como este blog que você lê? Você acha que é gratuito?
Talvez alguns não tenham percebido nos eventos que promovemos a redução dos problemas que tivemos na transmissão de mensagens, palestras e lançamentos de livros. Precisamos fazer investimentos para resolver os problemas, e aqui estão alguns dos itens necessários para manter a produção de conteúdo em dia:
Compra de equipamentos necessários para manter uma boa transmissão, com qualidade. Licenciamento de software, isso mesmo, porque não pirateamos software, compramos licenças de uso e pagamos caro por isso.
Exclusivamente para manter as transmissões, gravar, editar vídeos e dar o suporte adequado, tirando dúvidas, oferecendo tecnologia de ponta, contamos com 8 profissionais, com uma folha de pagamento mensal de aproximadamente 23 mil reais, o mínimo necessário para levar até o upload das imagens, os cursos, os estudos, o portal e tudo mais que disponibilizamos ao público. São profissionais de imagem e edição, pessoas que não querem e não podem dedicar seu tempo gratuitamente, pois trabalham quase 12 horas por dia - assim como nós, eles precisam comer, pagar suas contas e pagar outros cursos que fazem para poder realizar um trabalho satisfatório e com qualidade.
E depois há o estúdio... ah! Isso é complexo. Muitas vezes tivemos que improvisar as gravações nos fundos da minha casa, mas o improviso se mostrou complicado na hora de editar os vídeos e o som, então alugamos o estúdio e, agora, investimos na construção do nosso próprio estúdio, na Clínica Holística Joseph Gleber, para transmitir os programas que estamos desenvolvendo e os demais cursos, gratuitos e pagos, para quem quiser. E olha que, depois que conseguimos o projeto arquitetônico e o trabalho do engenheiro de graça, mesmo assim, os gastos chegaram ao valor aproximado de 180 mil reais, e isso sem o equipamento final do estúdio, só a construção mesmo. Inflação? Nada disso! Bem-vindo ao planeta Terra, ao mundo dos encarnados...
A compra de equipamentos é um fator que merece ser relatado com mais detalhes para você. Não há como gravar, editar imagens e som sem iluminação adequada, sem computadores especialmente preparados para isso, com seus programas, softwares e muito mais, além de cursos que nos ensinem a fazer tudo isso e que proporcionem aos profissionais envolvidos - profissionais e não voluntários - conhecimento para trabalhar com esses equipamentos.
Atualmente, adquirimos equipamentos como monitores e computadores e pagamos servidores para suportar a demanda de pessoas que acessam tudo (Amazon e outros servidores). O que mais posso dizer?
Bem, se algo resultar de todo esse trabalho, vamos investir na finalização da construção da Clínica Holística Joseph Gleber e na Aruanda de Pai João, instituições localizadas, respectivamente, nas cidades de Sabará e Contagem, em Minas Gerais, que oferecem consultas gratuitas nas áreas social, espiritual, mediúnica, de saúde física, entre outras atividades, juntamente com a Casa de Everilda Batista, respectivamente, nas cidades de Sabará e Contagem, em Minas Gerais.
Com tudo isso, depois de todos esses investimentos, que geralmente são possíveis por meio de cursos e eventos pagos, então, sim, poderemos manter os cursos presenciais e parte dos cursos on-line gratuitos, que, como você pôde ver nos parágrafos acima, exigem investimentos em material e treinamento de nossos professores.
Em outras palavras, os mesmos cursos e atendimentos que podem ser oferecidos gratuitamente só são possíveis graças aos cursos pagos que oferecemos. Assim, as pessoas que não podem pagar têm a oportunidade de se inscrever em cursos presenciais gratuitos, diretamente na Casa de Everilda Batista, ou em cursos on-line, mas sabendo o seguinte: o que para alguns é gratuito tem suas despesas custeadas por alguém. Dito isso, esclarecemos: "Dar de graça o que de graça recebeu" não se aplica ao nosso caso e a nenhuma outra instituição, empresa ou trabalho via internet ou presencial. Pelo menos para nós, "de graça" nunca aconteceu. Sempre tivemos que arcar com as despesas de construção e manutenção de nossas obras sociais.
Por que cobrar?
Primeiro ponto: para a manutenção de tudo o que mencionei anteriormente. Então, como consequência, a cobrança de cursos, assim como a gratuidade de outros, faz com que ocorra a seleção natural entre os realmente necessitados, os fofoqueiros, os caluniadores e os formadores de opinião. Essa é uma parte natural do processo.
Então, o fato de cobrarmos pelos cursos, para manter a sua divulgação e investir na sua qualidade e manutenção, contribui para a cultura do investimento em cultura, seja espiritual ou em geral. Sem a cobrança, seria impossível para Robson Pinheiro, e qualquer outro divulgador da mensagem espírita, manter todas as obras gratuitamente para quem realmente precisa.
Mesmo assim, se sobrar dinheiro, o que até agora não vimos acontecer - pelo contrário -, poderemos investir na divulgação espírita em outros países. Você sabia que, quando viajamos para outros países, os centros espíritas que nos convidam nunca pagam passagens, hospedagem ou alimentação? Nunca pudemos contar sequer com ajuda de custo para as viagens. Pagamos até um preço alto pelo excesso de bagagem ao levar livros e também o remédio energético Água Viva, que distribuímos gratuitamente em centros da Europa e de outros continentes.
Para se ter uma ideia, em uma das viagens que fizemos, pagamos mais de 2.000 dólares por excesso de peso por termos levado livros espíritas, que foram vendidos com desconto, e tivemos um grande prejuízo. Portanto, as pessoas que viajam comigo pagam as passagens, a hospedagem e a alimentação do próprio bolso. Eu sabia disso? Nenhum centro espírita paga essas despesas para palestrantes, mesmo porque são muito caras, e os investidores das companhias aéreas não são espíritas nem caridosos a ponto de nos isentar das taxas de passagens, muito menos os responsáveis pela hospedagem nos isentam de custos.
Pois bem, amigos, pensem um pouco e façam as contas com suas calculadoras... de preferência antes de xingar, brigar ou tentar difamar qualquer orador espírita que cumpra uma tarefa de divulgação. Lembremo-nos de Kardec em sua época e entenderemos porque o codificador morreu angustiado com os espíritas - e com a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas - que diziam que ele estava enriquecendo com o dinheiro da venda de livros espíritas.
Outra questão surge, e eu a descobri por meio da experiência em meu trabalho profissional. Quando eu trabalhava como terapeuta holístico, em geral, tirava um dia por semana para atender gratuitamente pessoas que não podiam pagar ou que diziam não poder. Nenhuma delas, absolutamente nenhuma, concluiu o tratamento ou o levou a sério. Nenhuma mesmo. Todas abandonaram o tratamento, justamente porque não investiram um centavo nele.
Foi então que descobri que temos três públicos:
O primeiro é formado por aqueles que realmente não podem pagar, mas não têm vontade de melhorar. Em geral, é o público mais exigente de todos.
O segundo grupo inclui aqueles que dizem não ter condições de pagar tratamentos, cursos, especializações e cobram de todos, do governo, das pessoas dos médiuns, que tudo é de graça - são vampiros de energia que vivem como sanguessugas espirituais. Não podem pagar cursos ou tratamentos, nem nada, a não ser cervejas, TV a cabo, televisão de última geração, manutenção do carro, apartamento, algumas festas, mas investir em si mesmos, nada. E é sobre isso que falo em meu curso de autodefesa.
E, por fim, os formadores de opinião, os que pensam livremente. Esses sabem o que querem, investem no autoconhecimento e incentivam os outros a formar uma opinião e se autotransformar.
Para os dois primeiros públicos, temos as atividades gratuitas do nosso centro espírita - digo gratuitas para eles, porque nós pagamos as despesas. Hoje, para a nossa casa abrir, somente a Casa de Everilda Batista, sem contar as outras instituições, temos um custo fixo mensal de 9.000,00 reais. Isso para que as pessoas possam receber gratuitamente passes, orientações mediúnicas, magnetismo, bioenergia, psicografia de cartas consoladoras, cirurgias espirituais - essas, sim, dependentes dos espíritos e, portanto, de graça. Até mesmo os cursos ministrados pela UniSpiritus (Universidade do Espírito de Minas Gerais) são totalmente gratuitos. Ufa! Já falei demais... mas ainda não acabou.
Bem, é bom entender que, na internet, não estamos fundando um centro espírita virtual. Este não é um centro espírita, e a parte que podemos disponibilizar gratuitamente precisa ser sustentada, ter suas despesas pagas e mantidas por alguém, sem falar no trabalho de divulgação do espiritismo dentro e fora do Brasil. Portanto, nunca tive a intenção de fazer deste espaço um centro espírita on-line, por isso os argumentos "tão caridosos e sensíveis" dos espíritas que herdaram o "DNA" diretamente da França do século XIX, da época de Kardec, não se aplicam a nós.
Nossa proposta não é apoiar a ignorância humana, mas formar pensadores livres; para isso, precisamos investir e ensinar a prática de investir em cultura.
Projetos de palestras gratuitas estão em andamento, como já temos em nosso site,
e temos em mente o objetivo de manter uma rede de pessoas bem informadas, com estudos perfeitamente acessíveis ao público, também de forma gratuita. Entretanto, se tudo, enfim, fosse gratuito, já estaríamos falidos, pois nossas despesas já neste mês ultrapassam em muito meu salário como profissional da área de terapias holísticas.
Quero deixar claro que a internet não é um centro espírita, e os provedores, profissionais que trabalham com imagem, som, eventos interativos, transmissão, manutenção, computadores, edição e estúdio não são médiuns espíritas nem religiosos. Aliás, graças a Deus, a absurda maioria não é espírita, pois, se fosse, certamente ainda estaríamos transmitindo com sinais de fumaça ou, no máximo, por fax.
Por fim, decodificando o perfil psicológico daqueles que querem tudo de graça, em geral são pessoas insatisfeitas com suas vidas, com o sistema, com a religião, com os médiuns, com Deus, com o universo. Em geral, mas nem sempre, são pessoas que não fazem nada ostensivo e significativo para a formação de livres pensadores ou para a humanidade, que não construíram um trabalho social ou o mantêm, que nunca entraram em contato com outras culturas ou experimentaram os desafios de manter e conservar a disseminação de ideias espirituais com recursos próprios.
De qualquer forma, geralmente, mas infelizmente nem sempre, eles são vampiros energéticos que querem tudo de graça, mas não hesitam em comprar carros caros, televisores, entretenimento, cervejas, lazer e outras coisas. São vampiros exigentes. Eles sempre exigem, mas nunca dão nada para a humanidade, porque isso custa! Doar é caro, e o que é gratuito, em geral, é muito caro para quem o faz.
E então, para concluir, agora você pode ter uma ideia do porquê o espiritismo não vingou na Europa na época de Kardec, embora na Europa, atualmente, se veja o trabalho de verdadeiros missionários para divulgar o pensamento espírita, viajando e enfrentando dificuldades mil para sustentar a tarefa. Embora eu não seja missionário, quero lançar aqui um desafio: tentem, os detratores e caluniadores de plantão, sustentar um trabalho por mais de 25 anos, atendendo gratuitamente pelo menos 2.000 pessoas por semana; ministrar cursos presenciais semanais, durante todo o ano, sem cobrar nada em troca; manter a assistência às crianças carentes e às famílias marginalizadas; publicar e divulgar livros, mantendo essa divulgação, em um país onde se paga mais impostos a cada dia e onde a inflação e o preço final do produto não dependem de vocês, mas..,
Tente fazer isso por pelo menos 25 anos ininterruptos e você terá uma pálida visão do que Kardec enfrentou em sua época e do que enfrentamos na nossa. Depois de ver, viver e experimentar tudo isso, parafraseando Jesus e o apóstolo Thiago: "Atire a primeira pedra quem não tiver pecado" e "Mostre-me a sua fé sem as suas obras e eu lhe mostrarei a minha fé pelas minhas obras".
Robson Pinheiro
Servindo os Guardiões da Humanidade