Devido à grande repercussão da entrevista entrevista concedida por Robson Pinheiro à extraterrestre Shellyanna através da mediunidade da Dra. Mônica de Medeiros, desde então temos recebido diversas opiniões, críticas e elogios, demonstrando uma grande lacuna sobre o assunto vida extraterrestre. Como a grande maioria das críticas veio de espíritas, trouxemos neste artigo, para surpresa de muitos, a visão de Kardec, Chico e outros avatares do espiritismo a respeito desse tema. Todas as fontes estão citadas no artigo. Acompanhe comigo até o final!
Os espíritos afirmam que todos os orbes têm sua civilização, em diferentes estágios de evolução. Sob esse enfoque, podemos dizer que o Sistema Solar é um laboratório rico em quantidade e variedade de espécies, e o ser humano terráqueo é apenas uma delas. Assim, didaticamente, cada planeta constitui uma verdadeira escola ou oficina, onde o princípio inteligente da criação, ou espírito, tem a oportunidade de se descobrir como colaborador na obra de Deus.
"Um deserto inimaginável se estende além das estrelas. Lá, em condições diferentes das de seu planeta, novos mundos são revelados e se desdobram em formas de vida que suas concepções não podem imaginar, nem seus estudos, provar."
(Allan Kardec, no livro A Gênese )
Em 1858, Kardec já se referia à existência de vida inteligente em outros mundos habitados, incluindo entrevistas realizadas por meio da evocação de seres de outros lares. O que causa estranheza é a dificuldade que os adeptos do espiritismo, em sua maioria, têm em compreender essa realidade. Mais estranha ainda é toda reação contra a manifestação de irmãos de outras casas em nosso meio por meio de médiuns, por exemplo, por meio da psicofonia. Segundo o espiritismo, as comunicações existentes entre o homem da Terra e os habitantes de outros planetas podem ser feitas por meio de médiuns que recebem mensagens por psicofonia ou por psicografia de espíritos que estão em comunicação com extraterrestres.
Além da entrevista citada no início deste artigo, tivemos outro episódio de contato com extraterrestres por meio da mediunidade, cito - a entrevista com Goulan, através de Robson Pinheiro; - Ambos os episódios, bem como a repercussão, me fizeram ir a campo em busca de algum material que pudesse lançar mais luz sobre o assunto. E não foi nada surpreendente encontrar na pesquisa de Allan Kardec um conteúdo riquíssimo, que apresento a seguir, para leitura, estudo e reflexão, àqueles que desejam ir além do que as pessoas dizem e tudo o mais. Os textos aparecem na Revista Espírita. Esse periódico, com a função de divulgar a doutrina espírita, foi lançado por Allan Kardec com recursos próprios, em 1º de janeiro de 1858, em Paris. Kardec foi o diretor da revista até sua morte, em 31 de março de 1869. Ele a utilizou para desenvolver e debater ideias que seriam, depois de consolidadas, muitas delas transferidas para os livros da Codificação Espírita. Após a morte de Kardec, a revista sofreu várias interrupções em sua publicação e distribuição. Por ocasião do Congresso Espírita Mundial, em Cartagena, Colômbia, em outubro de 2007, todos os direitos patrimoniais da revista foram adquiridos pela (CSI), e hoje ela é publicada em francês, esperanto, espanhol, inglês, polonês e russo. Ouso dizer que os 12 volumes dessa incrível revista (1858 a 1869), são quase desconhecidos pela maioria dos espíritas atuais.
Também é importante ressaltar que não foi apenas Kardec que se interessou pelo assunto. Antes dele, Margaret Fox uma das irmãs Fox que deram origem ao Espiritismo na América, já havia mencionado o assunto. No Brasil, vários médiuns trataram do tema extraterrestre. Chico Xavier , por exemplo, psicografou Cartas de uma morte, pelo espírito de sua mãe, Maria João de Deus, cuja história se passa em Marte; e Crônicas de Além-tumulo, pelo espírito Humberto de Campos, que narra, no capítulo 24, uma reunião com a presença de anciãos da sociedade de Marte, estudiosos de Saturno, cientistas e apóstolos de Júpiter e outros representantes da vida do nosso Sistema Solar. O livro A caminho da Luz, de Emmanuel, que revela como extraterrestres, vindos de diferentes mundos da Constelação do Cocheiro, chegaram à Terra e se misturaram aos habitantes do planeta, impulsionando sua evolução.
Por sua vez, Hercílio Maes recebeu, do espírito Ramatis, a obra A vida no planeta Marte. Nela, Ramatis explica que o marciano não tem as mesmas características substanciais do terráqueo, pois, apesar de ter a mesma forma, vibra em um plano mais energético do que material; seu mundo está situado em um campo vibratório adequado ao seu corpo físico, ou seja, é menos material do que o nosso. Recentemente, os espíritos de Ângelo Inácio e Júlio Verne, por meio da psicografia do médium Robson Pinheiro, propuseram um estudo mais amplo sobre o assunto com os livros Os Nephilins e Os Abduzidos, publicados pela Casa dos Espíritos Editora.
Vamos aos textos de Allan Kardec sobre o assunto! Tenho certeza de que, assim como eu, você se encantará com a leitura:
A pluralidade de mundos habitados
" Se nunca tivéssemos visto um peixe, não poderíamos conceber um ser vivendo na água; não teríamos a menor ideia de sua estrutura... Por que então não admitir que outras formas de vida possam viver em outros planetas, em um ambiente diferente do nosso? Pudemos observar, até agora, que seres como nós não vivem na Lua, mas como não conhecemos suas estruturas, não podemos dizer com certeza se existem ou não outros tipos de vida nela.
[...]
Por meio de um raciocínio simples, pudemos chegar, como muitos antes de nós, a uma conclusão favorável à pluralidade de mundos. Esse raciocínio é confirmado pelas revelações dos espíritos, que nos dizem que os mundos são habitados por seres que podem ser mais ou menos evoluídos do que nós... E, mais ainda, hoje sabemos que é possível entrar em contato com eles e obter esclarecimentos sobre seu estado. Assim, tudo é povoado no universo. Os planetas sólidos, o ar, as entranhas da Terra e até mesmo as profundezas etéreas."
( Revista Espírita, março de 1868, p. 65, 66, 67)
"De acordo com os espíritos, o planeta Marte seria ainda menos avançado que a Terra. Os espíritos ali encarnados parecem pertencer quase que exclusivamente à nona classe, a dos espíritos impuros [...]. Vários outros pequenos globos estão, com algumas nuances, na mesma categoria. A Terra viria a seguir; a maioria de seus habitantes pertence, sem dúvida, a todas as classes da terceira ordem; e uma parte muito menor, às últimas classes da segunda ordem. Os espíritos superiores, os da segunda e terceira classes, às vezes cumprem missões de civilização e progresso aqui, mas são exceções. Mercúrio e Saturno vêm depois da Terra. A superioridade numérica dos espíritos bons lhes dá preponderância sobre os espíritos inferiores, o que resulta em uma ordem social mais perfeita, relações menos egoístas e, consequentemente, condições de vida mais felizes. A Lua e Vênus estão aproximadamente no mesmo grau e, em todos os aspectos, são mais avançados do que Mercúrio e Saturno. Juno 18 e Urano seriam até superiores a esses últimos. Pode-se presumir que os elementos morais desses dois planetas são formados pelas primeiras classes da terceira ordem e, em sua maior parte, por espíritos da segunda ordem. Os homens são infinitamente mais felizes lá do que na Terra, porque não têm de sustentar as mesmas lutas ou sofrer as mesmas tribulações, assim como não estão expostos às mesmas vicissitudes físicas e morais." Pode-se presumir que os elementos morais desses dois planetas são formados pelas primeiras classes da terceira ordem e, em sua maior parte, por espíritos da segunda ordem. Os homens são infinitamente mais felizes lá do que na Terra, porque não têm de sustentar as mesmas lutas ou sofrer as mesmas tribulações, assim como não estão expostos às mesmas vicissitudes físicas e morais." Pode-se presumir que os elementos morais desses dois planetas são formados pelas primeiras classes da terceira ordem e, em sua maior parte, por espíritos da segunda ordem. Os homens são infinitamente mais felizes lá do que na Terra, porque não têm de sustentar as mesmas lutas ou sofrer as mesmas tribulações, assim como não estão expostos às mesmas vicissitudes físicas e morais."
( Spiritist Magazine, março de 1858, p. 116)
Civilizações cósmicas e seus diferentes habitantes
Vários artigos foram publicados na Revista Espírita descrevendo a realidade da vida dos extraterrestres que forneceram informações, incluindo costumes, moradia, alimentação e meios de transporte e comunicação. Por exemplo, sobre o planeta Júpiter e seus habitantes, há informações sobre sua conformação física, que é quase igual à nossa, porém, a densidade de seus corpos é tão pequena que pode ser comparada à dos nossos fluidos imponderáveis, tendo um aspecto vaporoso, imaterial e luminoso, principalmente nos contornos da face e da cabeça. Esse brilho magnético é semelhante ao que os artistas simbolizaram na auréola dos santos. O homem de Júpiter é grande - maior do que o terráqueo -, seu desenvolvimento é rápido e sua infância dura apenas alguns meses. Sua expectativa de vida equivale a cinco dos nossos séculos. Falam também da locomoção, que é fácil e conseguida com esforço de vontade, pois, como a densidade do corpo jupiteriano é pouco maior que a atmosférica, ele se liberta facilmente da atração planetária. Enquanto caminhamos por aqui, eles deslizam pela superfície com a facilidade de um pássaro no ar.
Um jovem literato e médium chamado Victorien Sardoucontemporâneo de Allan Kardec, teve a oportunidade de desenhar cenas que retratavam habitações, moradores e cenas cotidianas da civilização naquele planeta. Ele foi guiado pelo espírito Bernard Palissy - que nasceu em Lacapelle-Biron, na França, em 1510, e morreu na Bastilha, em Paris, em 1590; portanto, viveu na Terra, onde era oleiro. Após sua morte, Palissy migrou e se tornou um habitante de Júpiter, segundo o próprio Allan Kardec. O mais curioso de tudo isso é que ele não se limitou a desenhar, mas também falou e explicou que a atmosfera do planeta é diferente da da Terra. De acordo com Palissy, a água do planeta é mais etérea, mais parecida com vapor, e a matéria quase não existe como a conhecemos. Algumas plantas se assemelham às nossas, e há flores com uma textura tão delicada que são quase transparentes. Com relação à moradia, ele disse que o material com o qual as casas de Júpiter são construídas derrete sob a pressão dos dedos humanos, como se fosse neve, e que é um dos materiais mais resistentes do lugar. Ele ainda trouxe detalhes sobre como as vidraças são feitas de vidro líquido e colorido, que endurece quando em contato com o ar. Dá para imaginar tudo isso, pessoal? Que, por serem leves, são transportáveis para qualquer lugar do planeta... Ainda segundo ele, em determinadas épocas do ano, o céu fica encoberto por uma nuvem de "casas" que vêm de todos os lugares. É uma passagem ininterrupta de casas de várias formas, cores e tamanhos. Somente quando a estação termina é que o céu fica livre desses pássaros curiosos. Os jupiterianos se comunicam por telepatia, mas também usam linguagem articulada quando estão em contato com seres de outros orbes. A segunda visão, ou clarividência, é permanente. Seu estado rotineiro pode ser comparado ao de um "sonâmbulo lúcido", e é por isso que eles podem se comunicar conosco com mais facilidade do que os habitantes de mundos mais densos e materiais.
Allan Kardec evoca extraterrestres para responder a perguntas
Em seguida, destacamos os temas das perguntas feitas por Allan Kardec ao espírito de Bernard Palissy, pelo método da evocação, através da mediunidade de Victorien Sardou. Os textos do estudo completo estão no primeiro volume da Revista Espírita ( ano I, 1858, FEB ) disponível para download gratuito no site da FEB. O conteúdo pode ser encontrado nas edições de março, abril e agosto desse primeiro volume, de acordo com os seguintes temas:
- Março :
- - Pluralidade de mundos (p. 109);
- - Júpiter e alguns outros mundos (p. 112).
- Abril :
- - Descrição de Júpiter (p. 171);
- Agosto :
- - Moradias do planeta Júpiter (p. 347).
Kardec faz várias perguntas ao espírito Bernard Palissy sobre a vida em Júpiter, a composição física do planeta, os habitantes, os animais, o estado moral, entre outros. Recomendamos a leitura dos trechos indicados acima para a compreensão total do diálogo.
Para estudos mais aprofundados sobre vida extraterrestre, transição planetária, mediunidade e assuntos correlatos, sugerimos a leitura das obras de Robson Pinheiro, Mônica de Medeiros, André Luiz Ruiz, Pedro de Campos, CR Wells e outros autores.
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Justiça e paz!
Marcos Leão
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